terça-feira, 16 de março de 2010

Rentabilizar a Internet no Ensino Básico e Secundário: dos Recursos e Ferramentas Online aos LMS

Resumo do paper referido no título da autoria da Professora Doutora Ana Amélia Amorim Carvalho




Rentabilizar a Internet no Ensino Básico e Secundário: dos Recursos e Ferramentas Online aos LMS

Dado que a Internet está cada vez mais enraizada na nossa sociedade é crucial preparar as novas gerações para esta realidade. É neste sentido, que se tem promovido iniciativas para a inclusão da Internet nas Escolas, como é o caso mais recente, Março de 2006, da “Iniciativa Escola, Professores e Computadores Portáteis”, onde as escolas receberam computadores portáteis.

No sentido de rentabilizar estes equipamentos e para que a Internet seja aproveitada como veículo de aprendizagem é importante dar atenção à formação de professores. Desta forma, a formação deve incidir na utilização da tecnologia e na integração pedagógica na sala de aula. O que se pretende é o uso da Internet e dos seus serviços como meio de aprendizagem, tanto individual como colaborativo, não só como pesquisa livre ou estruturada mas também como meio para apresentar e partilhar o trabalho realizado à turma e a todos que lhe queiram aceder online.


O Emergir da Economia do conhecimento em rede:

A data apontada para o aparecimento da economia associada à rede surge nos anos 70. Nos anos 90 houve mudanças nas indústrias da informação sucedendo-se a liberalização das telecomunicações, verificando-se alterações na aquisição e transmissão do conhecimento deixando ser só das classes de elite. Passando para o conceito de Web 2.0, onde é vista como uma plataforma onde tudo está disponível, sendo um novo nível de interacção que facilita a colaboração e partilha de informação.

Devido a este ambiente é necessário que professores e alunos saibam lidar com um conhecimento em rede, surgindo três pilares, Albion e Maddux (2007): direitos de autor e plágio; desenvolvimento de capacidades e competências para colaboração efectiva e a avaliação do aluno. Monereo (2005) identifica quatro competências sócio-cognitivas que podem ser rentabilizadas com a Internet: aprender a procurar informação; aprender a comunicar; aprender a colaborar e aprender a participar na sociedade.

Para todas as disciplinas há conteúdos, actividades com correcção automática, simulação e jogos.


Conectividade e Conectivismo:

A conectividade caracteriza o estar do sujeito na rede. É uma capacidade indispensável na economia do conhecimento. Saber o que conectar, a que conectar, passou a ser uma capacidade básica.

Dado que o behaviorismo, o cognitivismo e construtivismo não exploram o impacto das tecnologias e das redes na aprendizagem é proposto uma teoria de aprendizagem na era digital: o conectivismo (Siemens, 2005), onde integra os princípios da teoria do caos, da rede, da complexidade e da auto-organização. O conectivismo assenta no facto de que as decisões a tomar se baseiam em informações que estão em constante mudança.

Nesta era, uma das capacidades a desenvolver, consiste em reconhecer a importância de aprender, devendo o sujeito estar propenso à mudança resultante de novas informações.


Na senda da pesquisa: Seleccionar, Citar e Plagiar:

Dada a quantidade de informação disponível o desafio encontra-se na selecção da informação, ou seja, saber pesquisar e avaliar e informação encontrada passam a ser requisitos de grande importância. Neste sentido, é importante orientar os alunos na avaliação da informação encontrada. Actividade como a Caça ao Tesouro e a WebQuest tiram partido dos recursos existentes na Web, disponibilizando apontadores e orientando os alunos nas etapas a seguir.

De referir que, embora o acesso a determinados sites o acesso seja gratuito, a referência deve aparecer tão completa quanto possível, deve-se distinguir entre citar e plagiar. Aprender a analisar, a sintetizar e a reaplicar diferentes contextos, torna-se imprescindível e pode ser, simultaneamente, uma forma de combater o plágio.


Comunicação, Cooperação e Colaboração:

As actividades referidas anteriormente: Caça ao Tesouro e a WebQuest, assentam no trabalho em grupo, implicando a interacção entre os alunos, a negociação da aprendizagem em curso, a responsabilização pelo trabalho a realizar. Estas actividades têm subjacente o trabalho cooperativo. De referir que numa abordagem cooperativa as tarefas são divididas pelos membros do grupo e são realizadas individualmente, numa abordagem colaborativa as tarefas são realizadas por todos num contínuo de partilha, diálogo e negociação.

Desta forma, cabe ao professor alertar os alunos sobre o modo como devem trabalhar, proporcionando-lhes orientações.


Publicar e Partilhar online:

Com as ferramentas da Web 2.0, a facilidade de publicação é uma realidade e, desta forma, os alunos podem utilizar as ferramentas gratuitas de fácil publicação, desenvolvendo e preparando-se como cidadão aptos para a sociedade de informação e do conhecimento. Assim, os alunos aprendem com a tecnologia, apoiando-se na construção de significados. Tem-se verificado, que em estudos realizados neste âmbito, é que os alunos aprendem a pesquisar os conteúdos, a avaliar a informação encontrada, a sintetizar, a apresentar e a disponibilizar online.


Usar um LMS ( Learning Management Systems)- Vantagens e Limitações:

Os LMS - plataformas de apoio à aprendizagem, surgiram para dar apoio à formação a distância online, facilitando a disponibilização de recursos em diferentes formatos, avisos aos alunos, interacção professor – aluno.

Os LMS passaram a ser utilizados em regime blend-learning, no apoio às sessões não presenciais, e também no apoio ao regime presencial no ensino superior e recentemente nos diversos níveis de ensino.

Pode-se apontar duas grandes limitações na utilização da plataforma: as funcionalidades especificas de cada plataforma e as funcionalidades que o administrador do sistema definiu como pertinentes e que podem ser limitativas para o professor. No entanto, a facilidade em usar é reconhecida pelos utilizadores depois de uma introdução à plataforma.

Aceder a uma plataforma, usualmente, implica ter uma palavra – chave, desta forma, a informação torna-se privada ao professor e aos seus alunos. Privacidade e segurança são garantidas com a plataforma.




Concluindo, o importante é ter um espírito aberto e adaptável a novas ferramentas que podem ser rentabilizadas no processo ensino - aprendizagem. O que hoje parece fascinante, em breve, estará ultrapassado. O importante é criar situações que envolvam os alunos na aprendizagem, que os ajudem a desenvolver o pensamento crítico e que os preparem para a tomada de decisões numa sociedade globalizada e concorrencial.

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